A Instrução do Kusali sobre a Natureza da Mente

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Jamgön Kongtrul Lodrö Thaye

Jamgön Kongtrul Lodrö Thayé

A Instrução do Kusali sobre a Natureza da Mente

por Jamgön Kongtrul

Namo guru!

Embora existam muitas formas de explicar a visão e a meditação,
Todos elas se resumem a sustentar a essência da própria mente.
Aquilo a que se chama "mente" não é algo que exista noutro lugar—
É o próprio pensamento que estás a experienciar agora mesmo!
Portanto, sem seres arrastado e sem seguires atrás dele,
Olha diretamente para o seu rosto, a sua própria essência.
Nesse momento, não há dualidade de 'observador' e 'observado'.
Sendo vazio, não há real substância;
Sendo claro, está consciente de si mesmo.
Estas qualidades não são separadas—constituem uma unidade.
Do completo nada, qualquer coisa pode surgir.
Precisas apenas de sustentar isto com uma consciência que nunca esquece
Este reconhecimento cru e simples da própria natureza—
Não há necessidade de procurar por um outro objeto de meditação!
Liberto de esperanças e ansiedades fabricadas—'Será que é?' ou 'Será que não é?'—
Permite que a mente repouse, de forma direta, exatamente como está.
Esta perceptividade[1] não fabricada e "vulgar"
É a luz clara última do dharmakāya.
Embora existam muitos termos especiais no Mahāmudrā e no Dzogchen,
A verdadeira raiz da prática resume-se simplesmente a isto.
Descontente com tal, procurares a 'Budeidade' como algo excelente diferente disto
É nada mais do que ficares preso a esperanças e medos—algo a evitar!
De forma a cultivar a realização deste modo,
A devoção e as acumulações são da maior importância;
Portanto, enfatiza sempre a devoção ao guru e ao Senhor de Orgyen,
E empenha-te na prática da virtude com o teu corpo, fala e mente.

Em resposta ao pedido do meu aluno, Pema Chöpel,
Um detentor de mantras da consciência de Gatö Trindu,
Eu, o kusāli Lodrö Thayé, escrevi isto em Dechen Ösal Ling.

Que a virtude e a positividade abundem!

| Traduzido do inglês (Adam Pearcey, 2015) por André A. Pais, 2020.


  1. "knowing", literalmente conhecimento, ou o princípio ou função que conhece, que se apercebe, dos fenómenos.  ↩

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