Os Versos Raiz dos Seis Bardos

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Karma Lingpa

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༁ྃ༔ བར་དོ་དྲུག་གི་རྩ་ཚིག་ཅེས་བྱ་བ་བཞུགས་སོ༔

Os Versos Raiz dos Seis Bardos

do terma de Karma Lingpa

 

ཀྱཻ་མ༔ བདག་ལ་སྐྱེ་གནས་བར་དོ་འཆར་དུས་འདིར༔

kyé ma, dak la kyé né bar do char dü dir

Kyema! Agora que o bardo desta vida está despontar diante de mim,

ཚེ་ལ་ལོངས་མེད་ལེ་ལོ་སྤངས་བྱས་ནས༔

tsé la long mé lelo pang ché né

Abandonarei toda a preguiça, para a qual a vida não tem qualquer uso,

ཐོས་བསམ་སྒོམ་གསུམ་མ་ཡེངས་ལམ་ལ་འཇུག༔

tö sam gom sum ma yeng lam la juk

Entrarei, sem distração, no caminho do estudo, reflexão e meditação,

སྣང་སེམས་ལམ་བསློང་སྐུ་གསུམ་མངོན་གྱུར་བྱ༔

nang sem lam long ku sum ngön gyur cha

Fazendo de perceções e mente o caminho, e realizarei os três kāyas;

མི་ལུས་ལན་གཅིག་ཐོབ་པའི་དུས་ཚོད་འདིར༔

mi lü len chik tobpé dü tsö dir

Agora que excecionalmente obtive um corpo humano,

ཡེངས་མ་ལམ་ལ་སྡོད་པའི་དུས་ཚོད་མིན༔

yeng ma lam la döpé dü tsö min

Este não é o momento para me envolver em entretenimentos.

 

ཀྱཻ་མ༔ བདག་ལ་རྨི་ལམ་བར་དོ་འཆར་དུས་འདིར༔

kye ma, dak la milam bardo char dü dir

Kyema! Agora que o bardo dos sonhos está a despontar diante de mim,

གཏི་མུག་རོ་ཉལ་བག་མེད་སྤངས་བྱས་ནས༔

timuk ro nyel bakmé pang ché né

Abandonarei o sono negligente da ignorância, próprio de um cadáver,

དྲན་པ་ཡེངས་མེད་གནས་ལུགས་ངང་ལ་འཇོག༔

drenpa yeng mé neluk ngang la jok

E repousarei, sem distração, a mente no seu estado natural;

རྨི་ལམ་བཟུང་ནས་སྤྲུལ་བསྒྱུར་འོད་གསལ་སྦྱངས༔

milam zung né trül gyur ösel jang

Reconhecendo os sonhos, treinar-me-ei na transformação e na luz clara,

དུད་འགྲོ་བཞིན་དུ་ཉལ་བར་མ་བྱེད་ཅིག༔

düdro zhin du nyelwar ma ché chik

Não poderei ceder ao torpor, como um animal,

གཉིད་དང་མངོན་སུམ་འདྲེས་པའི་ཉམས་ལེན་གཅེས༔

nyi dang ngönsum drepé nyamlen ché

Mas deverei combinar o sono com a realização—isto é crucial.

 

ཀྱཻ་མ༔ བདག་ལ་བསམ་གཏན་བར་དོ་འཆར་དུས་འདིར༔

kye ma, dak la samten bardo char dü dir

Kyema! Agora que o bardo do samādhi está a despontar diante de mim,

རྣམ་གཡེངས་འཁྲུལ་པའི་ཚོགས་རྣམས་སྤངས་བྱས་ནས༔

nam yeng trülpé tsok nam pang ché né

Abandonarei todas as formas de distração e engano,

ཡེངས་མེད་འཛིན་མེད་མཐའ་བྲལ་ངང་ལ་འཇོག༔

yeng mé dzin mé tadrel ngang la jok

E repousarei no estado infinito livre de distração e aferro;

བསྐྱེད་རྫོགས་གཉིས་ལ་བརྟན་པ་ཐོབ་པར་བྱ༔

kyé dzok nyi la tenpa tobpar cha

Ganhando estabilidade nos dois estágios: geração e perfeição,

བྱ་བ་སྤངས་ནས་རྩེ་གཅིག་བསྒོམ་དུས་འདིར༔

chawa pang né tsé chik gom dü dir

Neste momento de concentração meditativa, tendo abandonado toda a actividade,

ཉོན་མོངས་འཁྲུལ་བའི་དབང་དུ་མ་བཏང་ཞིག༔

nyön mong trülpé wang du ma tang zhik

Não posso cair sob o efeito de aflições e ignorância.

 

ཀྱཻ་མ༔ བདག་ལ་འཆི་ཁ་བར་དོ་འཆར་དུས་འདིར༔

kye ma, dak la chikha bardo char dü dir

Kyema! Agora que o bardo da morte está a despontar diante de mim,

ཀུན་ལ་ཆགས་སེམས་ཞེན་འཛིན་སྤངས་བྱས་ནས༔

kun la chak sem zhen dzin pang ché né

Abandonarei todo o aferro, anseio, e apego,

གདམས་ངག་གསལ་བའི་ངང་ལ་མ་ཡེངས་འཇུག༔

dam ngak salwé ngang la ma yeng juk

Entrarei, sem distração, num estado no qual as instruções são claras,

རང་རིག་སྐྱེ་མེད་ནམ་མཁའི་དབྱིངས་སུ་འཕོ༔

rang rik kyé mé namkhé ying su po

E transferirei a minha própria consciência para a esfera do espaço não-nascido;

འདུས་བྱས་ཤ་ཁྲག་ལུས་དང་བྲལ་ལ་ཁད༔

düché sha trak lü dang dral la khé

No momento em que abandonar este agregado corporal de carne e osso,

མི་རྟག་སྒྱུ་མ་ཡིན་པར་ཤེས་པར་བྱ༔

mi tak gyuma yinpar shepar cha

Saberei que este não passa de uma ilusão transitória.

 

ཀྱཻ་མ༔ བདག་ལ་ཆོས་ཉིད་བར་དོ་འཆར་དུས་འདིར༔

kye ma, dak la chönyi bardo char dü dir

Kyema! Agora que o bardo do dharmatā está a despontar diante de mim,

ཀུན་ལ་སྔངས་སྐྲག་འཇིགས་སྣང་སྤངས་བྱས་ནས།

kun la ngang trak jik nang pang ché né

Abandonarei todo o medo e terror,

གང་ཤར་རང་སྣང་རིག་པར་ངོ་ཤེས་འཇུག༔

gang shar rang nang rigpar ngo shé juk

Reconhecendo tudo o que surgir como a expressão natural da consciência,

བར་དོའི་སྣང་ཚུལ་ཡིན་པར་ཤེས་པར་བྱ༔

bardö nang tsul yinpar shepar cha

Saberei que é desta forma que este bardo se manifesta;

དོན་ཆེན་འགགས་ལ་ཐུག་པའི་དུས་ཤིག་འོང༔

dön chen gak la tukpé dü shik ong

Agora que cheguei a este ponto decisivo, crucial,

རང་སྣང་ཞི་ཁྲོའི་ཚོགས་ལ་མ་འཇིགས་ཤིག༔

rang nang zhi trö tsok la ma jik shik

Não temerei estas manifestações naturais, as deidades pacíficas e iradas.

 

ཀྱཻ་མ༔ བདག་ལ་སྲིད་པ་བར་དོ་འཆར་དུས་འདིར༔

kye ma, dak la sipa bardo char dü dir

Kyema! Agora que o bardo do devir está a despontar diante de mim,

འདུན་པ་རྩེ་གཅིག་སེམས་ལ་བཟུང་བྱས་ནས༔

dünpa tsé chik sem la zung ché né

Concentrarei a minha mente com uma determinação assertiva,

བཟང་པོ་ལས་ཀྱི་འཕྲོ་ལ་ནན་གྱིས་མཐུད༔

zang po lé kyi tro la nen gyi tü

Lutarei por prolongar os resultados do karma positivo,

མངལ་སྒོ་བགག་ནས་རུ་ལོག་དྲན་པར་བྱ༔

ngal go gak né ru lok drenpar cha

Fecharei a entrada para o renascimento, e tentarei evitar renascer.

སྙིང་རུས་དག་སྣང་དགོས་པའི་དུས་ཤིག་ཡིན༔

nying rü dak nang göpé dü shik yin

É neste momento que a perseverança e a percepção pura são necessárias;

མིག་སེར་སྤོངས་ལ་བླ་མ་ཡབ་ཡུམ་བསྒོམ༔

mikser pong la lama yabyum gom

Abandona a inveja, e medita no mestre e consorte.

 

འཆི་བ་འོང་སྙོམས་མེད་པའི་བློ་རིང་པོ༔

chiwa ong nyom mepé lo ringpo

Com a mente distante e sem pensar na morte iminente,

དོན་མེད་ཚེ་འདིའི་བྱ་བ་བསྒྲུབས་བསྒྲུབས་ནས༔

dön mé tsé di chawa drup drup né

Levando a cabo as atividades irrelevantes desta vida,

ད་རེས་སྟོང་ལོག་བྱས་ན་ཤིན་ཏུ་འཁྲུལ༔

daré tong lok ché na shintu trül

Regressar agora de mãos vazias seria um profundo engano;

དགོས་ངོ་ཤེས་པ་དམ་པའི་ལྷ་ཆོས་ཡིན༔

gö ngo shepa dampé lha chö yin

Reconhece o que é necessário: o Dharma sagrado,

ད་ལྟ་ཉིད་དུ་ལྷ་ཆོས་མི་བྱེད་དམ༔

data nyi du lha chö mi ché dam

Porque não praticá-lo agora, neste preciso instante?

གྲུབ་ཆེན་བླ་མའི་ཞལ་ནས་འདི་སྐད་གསུངས༔

drupchen lamé zhal né di ké sung

Os grandes gurus realizados disseram:

བླ་མའི་གདམས་ངག་སེམས་ལ་མ་བཞག་ན༔

lamé damngak sem la ma zhak na

Se não contemplares as instruções do teu mestre,

རང་གིས་རང་ཉིད་བསླུ་བར་མི་འགྱུར་རམ༔

rang gi rang nyi luwar mi gyur ram

Não te estarás a enganar a ti mesmo?

 

བར་དོ་ཐོས་གྲོལ་གྱི་རྩ་ཚིག་འདི༔ འཁོར་བ་མ་སྟོངས་བར་དུ་མ་རྫོགས་སོ༔

Possam estes versos raiz da Libertação pela Escuta nos Bardos permanecer até o próprio saṃsāra ficar vazio.

 

| Traduzido do tibetano por Adam Pearcey, 2016, com referência a versões anteriores, especialmente as de Chögyam Trungpa Rinpoche e Francesca Freemantle. Traduzido do inglês por André A. Pais, 2020.

 

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